O Poder nas Organizações: Desafios e Tendências
O poder nas organizações passa por mudanças que acompanham as que acontecem no mundo externo. Enquanto o mundo era estável, previsível e não estava interligado, o modelo de poder bem-sucedido era aquele em que as funções eram fragmentadas e os papéis muito bem definidos, ou seja, havia ordem e controle no dia-a-dia.
O “chefe” planejava e mandava executar – aos demais bastava seguir as instruções recebidas. A liderança autêntica não parecia ser necessária no dia-a-dia das empresas.
Os tempos mudaram, as questões organizacionais são muito mais complexas por conta da velocidade do mundo e do aumento da competitividade internacional. Os valores sociais também se alteraram ao longo do tempo: as novas gerações começam a exigir participação nas decisões em casa e no trabalho.
Em um mundo complexo, o trabalho em equipe está sendo cada vez mais necessário, pois é muito desafiador tomar decisões difíceis de forma isolada.
Como um líder pode utilizar o poder nas organizações de um modo produtivo nestes novos tempos?
Ter poder como líder pode ser muito positivo, pois abre espaço para mudanças graduais rumo a um modelo mais adaptável aos novos tempos. É necessário que se aproveite o que existe de positivo do modelo anterior (ordem e limites, por exemplo) e, ao mesmo tempo, se adote posturas que atendam às novas necessidades organizacionais (velocidade, participação, engajamento, propósito, inovação, entre outros).
Os líderes destes novos tempos podem adotar algumas condutas que contribuirão para o estabelecimento de relações sustentáveis em suas equipes, conforme segue abaixo:
– Os novos modelos sociais pedem ações inclusivas das pessoas nas decisões empresariais, ou seja, o poder nas organizações está mais diluído:
Se antes as ordens do “chefe” geravam segurança, agora elas podem gerar questionamento, descomprometimento e até desconfiança. Por isso, sempre que possível, os modelos participativos de tomada de decisão podem ser utilizados como forma de gerar engajamento da equipe ao novo modelo.
Ainda que existam aspectos organizacionais em que não será possível abrir espaço para a participação das pessoas, promover diálogo em torno do que já é possível pode trazer grandes avanços. Técnicas de diálogo, planejamento e tomada de decisão em equipe podem ser utilizadas.
– O papel da liderança é de orquestrar ações e esforços no sentido do que for melhor para o todo:
Saber administrar interesses particulares ou ampliar a visão sistêmica na equipe faz parte do papel dos líderes. Vale lembrar que cada vez há menos tempo e recursos disponíveis para atender a interesses particulares em detrimento ao resultado coletivo.
Líderes que conseguirem compartilhar visão sistêmica e pensamento sistêmico estarão a frente de todos os demais em termos de resultados e engajamento de suas equipes.
– Se antes a informação gerava poder, agora são as competências que geram o poder nas organizações:
Tentar esconder informações em um mundo interligado e tecnológico é cada vez mais desafiador. Ao invés de informação privilegiada, são as competências diferenciadas que geram o poder nas organizações em um mundo em que conseguir atrair e reter os melhores talentos faz toda a diferença.
O poder nas organizações está em saber fazer muito mais, com muito menos, de forma competente e íntegra. Saber envolver outras pessoas no atingimento de tais resultados é fonte garantida de sucesso.
Empresas do mundo todo buscam profissionais com muita inteligência emocional e ótimo raciocínio lógico – com coração quente para lidar com pessoas e com cabeça fria para fazer bons negócios.
– Um bom líder sabe utilizar conscientização e controle na medida certa:
As organizações podem ter ações para que a sua cultura interna se desenvolva no sentido da aprendizagem de novas formas de pensar e agir, coerentes com seu plano de futuro. Neste sentido, utilizar modelos educacionais, baseados em conscientização, pode ser muito importante.
No entanto, a conscientização pode não ser suficiente na maior parte das situações. Essa é a realidade da maior parte das empresas. Por este motivo, é necessário utilizar medidas de controle (aprendidas no modelo anterior) que permitam mensurar resultados obtidos através da conscientização das pessoas.
Também é necessário gerar ações de reforço dos comportamentos considerados positivos e de redirecionamento de comportamentos que precisam ser modificados, dentro do que se espera construir na cultura organizacional.
Nem só conscientização e nem só controle. O equilíbrio entre os dois continua sendo necessário.
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– Um bom líder sabe que é possível “comprar” força de trabalho, mas não comprometimento e lealdade:
Vivenciar bons valores, identificar o propósito da empresa, criar relações ganha-ganha e respeitar genuinamente as pessoas da equipe são bons passos rumo à conquista do tão sonhado engajamento.
Neste caminho rumo ao genuíno engajamento, outros ingredientes também são importantes na atuação da liderança:
- saber estabelecer e respeitar limites,
- criar um ambiente em que o feedback faça parte do cotidiano,
- ser confiável,
- aceitar ser liderado por membros de sua equipe, quando oportuno,
- saber fazer a delegação correta de atividades dentro da equipe,
- mensurar desempenho através de indicadores (dados),
- criar condições para as pessoas da equipe possam brilhar dentro e fora do trabalho.
Conclusão:
O poder nas organizações pode ser uma alavanca para o sucesso das empresas e daqueles que as compõem, o que dependerá naturalmente de saber utilizá-lo com sabedoria. Nos tempos atuais, quando mais o líder consegue compartilhar o poder nas organizações, mais poder terá.
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Deise C. Engelmann
Sincrony – Consultoria em Gestão de Pessoas
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