Mobilidade Global: 5 Segredos para a adaptação de expatriados

A mobilidade global abrange a movimentação de pessoas pelo mundo no ambiente corporativo. Esse tema é fundamental para empresas que querem passar pelo processo de internacionalização ou que já são internacionalizadas.
Devemos lembrar que a mobilidade global é um assunto estratégico para as empresas. Afinal, trata-se da movimentação de talentos que migram com suas famílias para países estrangeiros para expatriação.
Isso significa que esse é um processo que exige muito cuidado, já que essas pessoas têm expectativas, necessidades individualizadas e também vulnerabilidades.
Quais são os 5 principais segredos para o sucesso da mobilidade global?
Faça um bom processo de seleção do expatriado e de sua família antes de convidá-los para a expatriação:
Ter um mindset global, ou seja, estar aberto a conviver com uma nova cultura, uma alimentação diferente, um outro idioma, uma nova moeda e a distância da família de origem são alguns aspectos que devem ser considerados antes do convite para a expatriação.
Quando se trata de mobilidade global, deve-se evitar o convite que é feito exclusivamente em função de conhecimento técnico do futuro(a) expatriado(a). Lembre-se que são os aspectos comportamentais e emocionais que vão tornar aquela expatriação um sucesso ou um verdadeiro fracasso.
É claro que saber realizar o trabalho no Exterior ajuda, mas, ainda mais importante do que isso, é sentir segurança emocional ao fazer essa mudança significativa na carreira.
Tanto o(a) candidato(a) à expatriação quanto os familiares, que vão acompanhá-lo(a) nessa jornada, devem passar por entrevistas e processos de autoconhecimento antes de tomarem a decisão de embarcar para o Exterior.
Expatriação ou viagens de longa distância não são para todo mundo, por mais “chique” que possam parecer.
É necessário que a mobilidade global faça parte de um projeto de vida daquela família.
Promova a preparação intercultural de expatriados e suas famílias como parte da política de mobilidade global da empresa:
Após o convite para a expatriação, é necessário que o(a) expatriado(a) e sua família comecem a se preparar não só em questões práticas, como a mudança em si, mas também em relação aos aspectos interculturais.
Essa preparação para conviver com uma nova cultura, 24 horas por dia, deve fazer parte da política de mobilidade global da empresa.
Caso não exista essa preparação, a empresa corre o risco de ter um processo fracassado de mobilidade global e também de gerar grandes problemas na vida de expatriados e de suas famílias.
Deve-se lembrar que são pessoas que estão indo residir no Exterior e não equipamentos em que se troca uma peça e fica tudo bem.
Conhecer a cultura de destino em seus aspectos práticos é fundamental para que o(a) expatriado(a) e suas famílias saibam com o que vão se deparar. Esta também é uma oportunidade para saber como irão reagir frente a essas novas questões culturais.
Ter o acompanhamento de profissionais especializados e com experiência internacional é fundamental no processo de mobilidade global de qualquer empresa.
Elabore planos de ação junto com a família a ser expatriada para definir como cada um irá aproveitar o processo de expatriação:
Antes de sair do país de origem, é importante que a família a ser expatriada, estabeleça um plano de ação que determine como cada integrante irá aproveitar o processo de expatriação.
Isso significa que, antes mesmo da mudança, cada integrante da família irá saber como a expatriação o enriquecerá em termos práticos.
Isso pode significar aprendizagem de idioma, formações internacionais que possam aprimorar competências nas quais têm interesse e experiências enriquecedoras que podem vivenciar no Exterior.
Esses planos de ação devem fazer parte da política de mobilidade global da empresa, pois são um ponto-chave para que a família a ser expatriada não entre em um processo de desânimo ou mesmo de depressão.
Isso evitará que a família expatriada se sentir perdida e isolada em um país distante.

Estabeleça um processo de acompanhamento de forma a reduzir o choque cultural:
O choque cultural é um fenômeno comum no processo de Expatriação. O convite para morar no Exterior, de forma geral, acaba gerando um sentimento de empolgação em toda a família. É a sensação de ter sido percebido no ambiente organizacional e ter sido valorizado.
No entanto, quando acontece a mudança de fato, a maior parte dos expatriados e de suas famílias acabam “caindo na real” e percebendo que estão longe de casa.
Isso faz com que todo o processo de encantamento se transforme em um processo de rejeição do novo local de moradia.
Sentir saudades de casa, da família que ficou no país de destino, da alimentação, do clima e dos amigos faz com que esse processo torne-se bastante desafiador em alguns casos.
Por isso, o processo de mobilidade global deve prever um acompanhamento dessas famílias para que o impacto do choque cultural seja minimizado.
É através desse acompanhamento que a expatriação tem maior chance de ser bem-sucedida.
Leia também: Diferenças Culturais no Trabalho: Oportunidades e Limites
Promova o planejamento da repatriação da família expatriada de forma continuada como uma ação de mobilidade global:
Uma reclamação frequente de expatriados e de suas famílias refere-se à repatriação ao país de origem.
Isso acontece porque, muitas vezes, o profissional deixou seu cargo no país de origem, se desenvolveu no Exterior e retorna ao país com o mesmo cargo que tinha antes da expatriação (mesmo depois de ter desenvolvido competências diferenciadas).
Em outros casos, não existe um cargo na empresa disponível para o retorno do expatriado, o que pode gerar uma sensação de não pertencimento, insegurança ou de desvalorização no retorno ao país de origem.
Ao mesmo tempo, ao retornar ao país, o(a) expatriado(a) e sua família não conseguem se adaptar mais à sua realidade em casa.
Ao compartilharem inúmeras histórias que vivenciaram no Exterior, acabam sendo inevitavelmente sendo considerados inconvenientes pela família de origem, pelos amigos e/ou pelos colegas de trabalho.
Além disso, a comparação entre os países torna-se constante, o que pode gerar sofrimento para boa parte das famílias.
Por isso, os profissionais de mobilidade global precisam lembrar que a repatriação é uma parte essencial do processo de expatriação.
Conclusão:
O processo de mobilidade global exige técnica, estratégias e cuidados por envolver seres humanos que permanecerão um bom tempo fora do seu local de origem, da sua casa.
Por isso, a preparação e o acompanhamento do processo de expatriação são essenciais para que as pessoas possam aproveitar esse tempo no Exterior como uma grande oportunidade de desenvolvimento.
A expatriação não deveria se tornar um tormento ou um capítulo difícil da vida. E isso pode ser evitado com um processo estratégico de mobilidade global.
Caso a sua empresa necessite de ajuda com expatriados ou processos de mobilidade global, faça um contato com a Sincrony. Visite o nosso site, clicando aqui!
Deise C. Engelmann
Sincrony – Consultoria em Gestão de Pessoas
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