Carreira: Empregabilidade e Trabalhabilidade
O mundo do trabalho nos apresenta desafios diários, como já sabemos. Mudanças de estrutura organizacional, em nossas equipes e recursos (como orçamento e tempo) são constantes. Empregos vitalícios deixaram de existir. Passamos a falar em Carreira, Empregabilidade e Trabalhabilidade.
Na década de 90, com a Era do Conhecimento, surgiu fortemente o conceito de “Empregabilidade”, ou seja, dizia-se que era a atratividade de um profissional no mercado de trabalho ao buscar uma recolocação em um emprego formal. No entanto, logo em seguida, descobrimos que o mercado de trabalho estava novamente mudando. E quando falamos de Carreira: Empregabilidade e Trabalhabilidade estamos falando dessas mudanças.
Começamos a falar no “fim do emprego”, que longe de ser uma expressão literal, significa que os postos de trabalho, da forma como os conhecemos hoje, se tornarão muito mais raros. Então, tivemos que trocar o termo “Empregabilidade” por “Trabalhabilidade”.
Por que falar em Carreira: Empregabilidade e Trabalhabilidade? Qual a diferença entre os termos?
A diferença é que, na “Trabalhabilidade”, o profissional torna-se atrativo para conseguir trabalho ao invés de conseguir um emprego. Isso significa que organizações passarão, cada vez mais, a “alugar” competências de profissionais por um tempo determinado. E que um profissional poderá trabalhar para vários clientes ao mesmo tempo (clientes que antes eram empregadores formais).
Para lidar com essa nova realidade de trabalho, os profissionais precisam estabelecer novas estratégias para gerenciar de forma efetiva suas carreiras.
Seguem algumas dicas:
1) Busque autoconhecimento:
Os padrões sobre como uma carreira de sucesso “deveria ser” estão deixando de existir. Não temos mais a garantia de um emprego para a vida toda, onde vamos sendo promovidos com o passar do tempo. Por outro lado, a flexibilidade do mercado tem permitido que relações de trabalho tragam maior autonomia aos profissionais que conhecem e investem em seus talentos e que, ao mesmo tempo, aprenderam a gerenciar suas próprias limitações. É hora de trocar a “Empregabilidade” pela “Trabalhabilidade”.
2) Identifique seus valores:
Descobrir o que realmente valorizamos em uma etapa da vida ou carreira nos permite fazer escolhas mais acertadas rumo a nossa “felicidade customizada”. Assim como não existem mais padrões rígidos de carreira, a fonte de satisfação com o trabalho pode variar para cada ser humano.
Nossos valores sinalizam o preço que estamos dispostos a pagar rumo à construção de nossos sonhos e tornam nossas decisões muito mais coerentes e facilitadas.
3) Coloque seu planejamento de carreira em ação:
Visões positivas de futuro transformadas em um bom plano de ação são ferramentas importantes para a construção da “estrada” que se quer seguir em uma carreira.
Vale lembrar que um bom planejamento tem como alicerce nossos pontos fortes, potencialidades e valores. Caso contrário, poderemos ter um planejamento irreal, onde teremos que fazer muito esforço para executá-lo com pouco resultado efetivo.
4) Crie conexões com outras pessoas:
O mundo do trabalho está se reorganizando em redes. Neste novo mundo, as equipes podem ser (e provavelmente serão) transitórias, formadas em torno de um projeto específico.
Ao invés de trabalharmos com as mesmas pessoas durante toda uma vida, poderemos ter a experiência de participar de diferentes equipes transitórias ao mesmo tempo. Com um detalhe adicional: é possível que estas pessoas estejam geograficamente muito distantes – utilizando recursos tecnológicos para trabalhar em conjunto.
5) Pratique autocuidado:
A transitoriedade do novo mercado de trabalho faz com que os profissionais tenham que desenvolver resiliência para lidar de uma forma mais positiva com a imprevisibilidade das mudanças, por vezes, radicais. Lembrar de ter hobbies, momentos de diversão, relações afetivas saudáveis, investimento em autoconhecimento, descanso adequado, boa alimentação, atividade física e a prática de alguma forma de espiritualidade podem ser muito importantes para a manutenção do equilíbrio emocional frente aos desafios constantes.
Leia também: Coaching: será que é modismo? Para que serve?
6) Gerencie sua carreira:
Não é mais possível esperar que uma organização, ou mesmo um superior hierárquico, gerencie a carreira dos profissionais que a compõem. Nessa nova realidade, os profissionais precisarão, cada vez mais, assumir a responsabilidade pelo gerenciamento de sua carreira, por seu autodesenvolvimento, rumo à autonomia.
Conclusão:
Devemos lembrar que a carreira tornou-se um patrimônio que exige cuidado, investimento, planejamento e, em especial, gerenciamento.
Deise C. Engelmann
Sincrony – Consultoria em Gestão de Pessoas
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