Como podemos gerenciar estrangeiros?
Se gerenciar pessoas pertencentes a uma mesma cultura já pode ser complexo, gerenciar pessoas de diferentes culturas, certamente, é mais desafiador. A forma de gerenciar estrangeiros é um tema que sempre traz muitas dúvidas. Afinal, como podemos gerenciar estrangeiros?
A internacionalização das empresas trouxe a possibilidade de ampliar horizontes e conquistar novos mercados, permitindo certa independência em relação ao país de origem. Ao mesmo tempo, para internacionalizar é fundamental conhecer e saber lidar com diferentes culturas.
Então, como podemos gerenciar os estrangeiros?
É necessário aprender sobre a cultura com a qual se está lidando:
Organizações do mundo todo já tiveram prejuízos significativos por não compreender a cultura do país para onde exportaram ou por ter um expatriado que não se adaptou a uma nova cultura ao ir morar no Exterior.
O mesmo acontece com as negociações internacionais, onde compreender a cultura da outra parte pode ser o diferencial entre fechar negócio ou ter a relação interrompida.
Realizar uma pesquisa intercultural e conhecer costumes, valores, formas de pensar e agir da outra cultura é fundamental para evitar gafes interculturais. Lembre-se de não olhar um indiano nos olhos em lugares públicos ou assinar um contrato com a mão esquerda em países do Oriente Médio. Nem pense em mostrar a sola do sapato em lugares onde isso é considerado profundamente desrespeitoso. Saber como gerenciar estrangeiros nem sempre é tão fácil quanto parece.
Lembre-se do ditado “Em Roma, faça como os romanos, mas não queira ser um romano.” Saiba como gerenciar estrangeiros, sem se tornar um deles:
Não adianta tentar adotar integralmente uma cultura que não é a sua. É importante escolher comportamentos da outra cultura que irá adotar, assim como que costumes da sua cultura original irá deixar de lado para não ofender ou ser rejeitado pelos estrangeiros.
A situação ideal é buscar a sinergia cultural, ou seja, buscar soluções que respeitem e valorizem as culturas que estão se relacionando.
Isso pode acontecer quando as pessoas das diferentes culturas conseguem ceder para chegar a um bom acordo.
Não adianta tentar mudar a outra cultura. É necessário aprender a respeitá-la para poder conviver com ela:
A cultura é a forma como aprendemos a ver o mundo através do olhar das pessoas que nos antecederam e que convivem conosco em nosso país de origem. A cultura foi aprendida como verdade e a melhor forma de viver. É o que nos dá referências sobre o que é certo e o que é errado.
Por este motivo, ao invés de tentar mudar a cultura de um estrangeiro, o caminho mais sensato é o de aprender a respeitar e conviver com os costumes aprendidos por ele ao longo da vida.
Podemos negociar comportamentos, mas não devemos tentar impor ou fazer um estrangeiro abandonar suas referências. Estabelecer limites sobre o que cada parte está disposta ou não a abrir mão também é fundamental para que a relação seja saudável.
Ao negociar com um estrangeiro, lembre-se de buscar relações ganha-ganha:
Independente da cultura, as relações ganha-ganha são uma boa forma de respeitar a outra parte e também de se sentir respeitado. Quando tiver dúvidas sobre como uma questão relativa à negociação terá impacto na outra cultura, pergunte ou peça um intervalo na negociação para que você possa pesquisar (caso seja um requisito essencial para o fechamento do negócio, por exemplo).
Ao exportar um produto, lembre-se que é necessário adaptá-lo ao mercado que irá recebê-lo. E saber gerenciar estrangeiros é essencial:
Exemplos de erros corporativos e consequentes prejuízos estão espalhados na literatura e na história recente das organizações.
Podemos citar a famosa empresa de comida infantil que, ao exportar para a África, não percebeu que o analfabetismo faz com que pessoas comprem comida nos supermercado através das fotos nas embalagens. Sendo assim, ao examinarem a foto do bebê estampado na embalagem, os consumidores africanos consideraram que o produto seria um bebê moído em frasco destinado a alguma tribo canibal. O produto ficou encalhado.
O mesmo aconteceu com os frascos de shampoo na Índia, onde utilizar este tipo de produto é um luxo extremo. Por este motivo, eles compram shampoo em saches individuais para usar apenas em dias festivos. Novamente percebemos que saber como gerenciar estrangeiros é essencial para a construção de bons negócios e relacionamentos no Exterior.
Leia também: Como gerenciar as Diferenças Culturais no Mundo dos Negócios?
Ao receber um estrangeiro para trabalhar em sua equipe, lembre-se de preparar os demais integrantes para recebê-lo:
Um treinamento intercultural será fundamental para que potenciais preconceitos e rejeições que possam existir a respeito do estrangeiro sejam enfraquecidos.
Compartilhar como é a cultura do estrangeiro faz com que os demais integrantes da equipe possam compreender porque “ele é assim”. Da mesma forma, o estrangeiro deverá receber preparação sobre a cultura na qual irá ingressar. A preparação intercultural, evidentemente, é fundamental para expatriados ou impatriados e suas famílias.
Conclusão:
A internacionalização de empresas é um fenômeno que irá permanecer nos nossos mercados. Por este motivo, aprender a conviver e gerenciar culturas diferentes da nossa é uma competência essencial a profissionais que queiram fazer sucesso ao se tornarem “cidadãos do mundo”.
Deise C. Engelmann
Sincrony – Consultoria em Gestão de Pessoas
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