Diferenças Culturais no Trabalho: Oportunidades e Limites

Diferenças culturais no ambiente de trabalho são um desafio cada vez mais frequente no mundo corporativo. Gerenciar pessoas de diferentes nacionalidades no trabalho pode ser um exercício rico em complexidade e valor.

Com a internacionalização das relações comerciais, os estrangeiros podem ser membros da equipe, clientes, fornecedores ou parceiros de negócio.

Neste contexto, aprender a identificar diferenças culturais e a gerenciá-las tornou-se fonte de sucesso empresarial. Tais diferenças representam oportunidades de aprendizagem sobre novas formas de perceber o mundo e importantes fontes de inovação.

Como é possível gerenciar as diferenças culturais no trabalho?

– Reconheça que as diferenças culturais existem: 

Estar consciente de que diferentes povos se comportam de formas distintas é o primeiro passo para uma relação bem-sucedida. A forma de olhar, de se vestir, os gestos, a alimentação e o idioma são apenas algumas dessas possíveis diferenças.

Cada povo tem sua própria forma de perceber o mundo, o que condiciona seu comportamento e o significado cultural que atribui aos aspectos do cotidiano. Enquanto no Brasil as mulheres utilizam bronzeadores, na China elas utilizam branqueadores de pele para serem mais bonitas. Para empresas que trabalham com estética, compreender essa diferença é de extrema relevância.

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– Prepare-se para conviver com os estrangeiros, evitando as gafes interculturais: 

Contar com uma pesquisa sobre a cultura com a qual haverá relacionamento profissional é um importante passo para evitar transtornos que poderiam ser eliminados com medidas simples.

Se for negociar com italianos, lembre-se de não chegar de cabelos molhados ou de agasalho para uma reunião de trabalho. Para eles, são sinais claros de deselegância.

– Lembre-se que nem todos os estrangeiros são iguais, o que pode acentuar as diferenças culturais:

Ao estudar as diferenças culturais, lembre-se que elas representam traços gerais do que aquele povo acredita. No entanto, cada indivíduo poderá ter seus próprios modelos mentais, estilo de vida, tendências comportamentais e valores pessoais e estes não devem ser desconsiderados.

Nem todo brasileiro é igual e o mesmo acontece com todas as demais nacionalidades.

– Aproveite a oportunidade de conviver com estrangeiros para conhecer outras formas de compreensão da vida:

Aprender com estrangeiros outros significados culturais pode ser extremamente enriquecedor. Além de permitir uma reflexão sobre nossos modelos mentais, também nos permite aprender sobre flexibilidade e empatia – que são elementos fundamentais para a inovação e para a construção de relacionamentos produtivos em nossas empresas e na vida.

Para os esquimós, a obesidade é sinal de força e de capacidade de resistir ao inverno. Para os povos árabes, uma mulher obesa representa que o marido é capaz de promover uma boa alimentação em casa, ou seja, é rico.

Enquanto isso, no Brasil, há uma indústria de tratamentos de emagrecimento que cresce a cada ano, prometendo beleza. Ao conviver com as diferenças culturais, pode-se perceber que não existe uma forma única de beleza ou de viver a vida.

– Respeite o jeito de ser, de vestir, de pensar e agir dos estrangeiros, pois essa é a essência das diferenças culturais: 

Os homens usam saia, o chamado kilt, na Escócia. Na Índia, só os homens andam abraçados ou de mãos dadas. Na China, nem todos os bebês não usam fraldas, que é substituída por uma calça com uma abertura, evitando assaduras e toneladas de lixo produzido por fraldas descartáveis. Carne de cachorro é um prato apreciado na Coréia do Sul. Esses e outros costumes podem soar estranhos.

No entanto, não existe cultura “certa” ou cultura “errada”. As diferenças culturais merecem respeito.

– Construa boas relações através do que existe de comum entre os povos ao invés de ter como foco as diferenças culturais: 

Compreender o que existe de comum, de afinidade entre as diferentes nacionalidades sempre é uma ótima forma de começar a construir um relacionamento.

Descobrir o que se pretende construir em comum é de grande valia em qualquer relacionamento, em especial, naqueles estabelecidos entre diferentes culturas.

– Lembre-se de manter sua autenticidade mesmo em relações interculturais: 

Evitar presentear italianos com um buquê com doze flores (para eles um sinal de azar) pode ser muito adequado. No entanto, ao se relacionar com outra cultura é recomendável preservar o seu próprio jeito de ser ao invés de ficar com um medo desproporcional de cometer uma gafe intercultural.

Se sentir que houve uma reação de estranhamento por parte do estrangeiro, pergunte qual o motivo do mal-estar e busque explicar o significado cultural que aquele aspecto, gesto ou costume tem para você.

Também é válido perguntar para os estrangeiros como funcionam determinados aspectos da cultura deles. Uma boa dose de perdão com as gafes cometidas por estrangeiros também sempre pode ser recomendável.

Leia também: Equipes Multiculturais: Convivendo com Estrangeiros no Trabalho

– Ao conviver com um estrangeiro, estabeleça limites para você mesmo e para as outras partes envolvidas: 

Conviver com um estrangeiro não significa, em nenhuma hipótese, ter que deixar de ser brasileiro.

Ao chegar em um outro país, é necessário refletir sobre que costumes adotar para ser aceito e também o que não se irá adotar por ferir valores fundamentais.

Cada pessoa terá que estabelecer seus próprios limites sobre o que fará e o que não pretende fazer para agradar as pessoas do país de destino. Não existem regras que valem para todos.

Dar presentes em negociações internacionais pode ser um exemplo claro disso. É algo comum em vários países e intolerável em muitos outros. Nas relações internacionais, nem sempre será possível construir uma relação ganha-ganha, mas isso também acontece entre pessoas de uma mesma nacionalidade.

– Contribua para a integração entre pessoas de diferentes culturas: 

Receber estrangeiros nas empresas é uma grande oportunidade de internacionalização e de aprendizagem sobre o mundo. No entanto, se gerenciar relacionamentos entre pessoas de uma mesma nacionalidade pode ser desafiador, gerenciar diferentes culturas na mesma equipe pode ser ainda mais complexo.

Preparar a equipe de trabalho sobre a outra cultura e preparar o estrangeiro para o relacionamento com brasileiros é um passo importantíssimo para que preconceitos e conflitos desnecessários sejam evitados.

Conclusão:

Pode-se concluir que é possível construir relações interculturais consistentes e positivas, promovendo a integração das culturas sem a necessidade de submissão de nenhuma delas. O caminho para isso é a consciência sobre afinidades e diferenças, diálogo e bom senso entre as partes envolvidas.

A Sincrony tem como uma das suas Áreas de Negócio a Gestão de Pessoas na Internacionalização de Empresas.

Desta forma, podemos ajudar a sua empresas a lidar com as diferenças culturais no ambiente de trabalho, com equipes multiculturais, com viajantes ao Exterior em relação a diferenças culturais, com impatriados e também com expatriados.

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Deise C. Engelmann
Sincrony – Consultoria em Gestão de Pessoas