Poder no Trabalho: Perspectivas e Desafios
O poder no trabalho ganhou uma nova perspectiva.
As relações de poder passam por mudanças nas organizações. O modelo “manda quem pode, obedece quem tem juízo” tornou-se insustentável e um novo modelo de relações de poder está em formação.
Ter uma competência rara pode trazer mais poder do que um cargo formal na alta hierarquia, o que, por si, representa uma quebra de paradigma.
Os valores sociais das novas gerações de profissionais e a intensa concorrência por talentos no mercado de trabalho intensificam a necessidade destas mudanças.
Por outro lado, a maior parte das empresas não está preparada para a adoção imediata de equipes autogerenciáveis, ou seja, de equipes que dispensem uma liderança presente. Desta forma, as relações de poder e a necessidade de hierarquia continuam sendo imprescindíveis para as empresas.
Se o poder é necessário e parte inerente da vida organizacional, como os líderes organizacionais podem gerenciá-lo neste novo contexto?
– Para ter poder no trabalho, enriqueça as outras pessoas:
Sempre que você oferecer experiências, apoio, conhecimentos ou auxílio para que as outras pessoas consigam conquistar o que elas anseiam, você será bem-vindo. Ou seja, a competência, a generosidade e o estabelecimento de relações de confiança são ingredientes importantes do poder.
Para ter poder, é necessário doá-lo generosamente e de forma inteligente aos outros. Seja confiável: ofereça soluções ao invés de problemas.
– Conheça seu tamanho e seus talentos:
Gerenciar poder exige, em primeiro lugar, sabedoria e autoconhecimento. O verdadeiro poder vem de relações interpessoais que tenham como base o respeito e a consideração sincera. Infelizmente, não podemos esperar isso de todas as pessoas.
A competência e o talento pessoal podem ser percebidos como ameaças por algumas pessoas por vários motivos.
Conheça seus talentos e limitações para saber escolher que batalhas irá travar e quais são aquelas nas quais não vale a pena investir energia. Nossas competências sinalizam nosso valor para a organização e as potenciais estratégias que poderemos utilizar.
Nossos limites nos mostram quando uma batalha pode significar derrota certa ou um desgaste desnecessário de energia pessoal. Consciência é o caminho!
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– Delegue atividades, autoridade e responsabilidade se quiser ter poder no trabalho:
Ao se desapegar do poder, delegando atividades, você terá condições de dedicar seu tempo a desafios mais complexos. Além disso, você abrirá espaço para que as pessoas que trabalham com você possam desenvolver novas competências e, desta forma, se tornem mais poderosas.
Ao delegar, deixe as pessoas realizarem o trabalho de acordo com o estilo delas. No entanto, exija resultados que tenha a qualidade esperada.
– Adote, sempre que for possível, modelos participativos de trabalho:
As novas gerações de profissionais anseiam por participar de decisões que tenham impacto no seu trabalho e também na empresa. Uma das formas de conseguir o comprometimento destes profissionais é a adoção de modelos participativos no trabalho.
No entanto, é importante que a participação seja proporcional ao conjunto de competências e à maturidade dos profissionais envolvidos. Respeite os talentos e limitações de cada integrante da equipe.
– Invista no empowerment:
Para que as pessoas possam contribuir com ações de alto impacto nas empresas, elas precisam ter poder. Prepare as pessoas para que estas se tornem autônomas e estejam preparadas para tomar decisões complexas.
Contar com uma equipe de pessoas autônomas é a solução ideal em um mundo de complexidade crescente. Não é mais possível decidir sobre questões tão complexas de forma solitária. Uma boa equipe é capaz de gerar sinergia capaz de produzir soluções inovadoras.
No entanto, gerenciar pessoas que “pensam com autonomia” (ou melhor, que são poderosas e questionadoras da realidade) é aparentemente mais complexo do que aquelas que simplesmente obedecem as ordens.
Basta, para isso, que os líderes se preparem para gerenciar o poder de forma diferente do que se utilizava nos modelos tradicionais.
– Lute pelos seus “não” que forem significativos:
Faz parte do poder dos líderes a fundamental tarefa de estabelecer limites na equipe. Delegar atividades, adotar modelos participativos e tornar as outras pessoas poderosas não tem nenhuma relação com desrespeitar seus próprios limites ou das outras pessoas envolvidas.
Um bom “não” continua significando “não”.
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– Permaneça sempre no caminho do bem:
Demonstrar que se importa genuinamente com as pessoas através de comunicação clara e honesta e do estabelecimento de relações ganha-ganha é a melhor forma de utilizar o poder.
As pessoas tendem a fugir de relações que consideram abusivas e a trocá-las por relações mais saudáveis, seja no trabalho, seja na vida. É possível perceber que as pessoas verdadeiramente poderosas têm coração puro, intenções elevadas e praticam bons valores.
Conclusão:
O poder no trabalho deve ser utilizado de forma correta. Quanto mais se abre mão do poder do cargo, do poder do status e de outras convenções sociais, mais se tem poder genuíno no trabalho e na vida.
Gerenciar de forma participativa, delegar atividades, promover o desenvolvimento de outras pessoas, abrir espaço para que outros profissionais da equipe possam brilhar, respeitar valores e saber dizer os “nãos” necessários são alguns dos segredos do verdadeiro poder no trabalho.
Deise C. Engelmann
Sincrony – Consultoria em Gestão de Pessoas
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