Liderança de Sucesso na Cultura Brasileira

liderança de sucesso na cultura brasileira

A liderança de equipes é um desafio em todas as empresas no mundo. Quando se fala do Brasil, existem características específicas da cultura brasileira que devem ser respeitadas.

O papel e o estilo da liderança certamente devem ser adaptados a cada país em que se lidera e também à cultura de seus liderados, no caso das equipes multiculturais. Não é possível gerenciar um chinês ou um americano da mesma forma que habitualmente se gerencia um brasileiro.

Também deve-se lembrar que nem todos os brasileiros são iguais, mas que temos traços culturais que nos unem enquanto nação.

Já se sabe que copiar modelos estrangeiros de liderança, sem a adaptação cultural necessária, certamente é perda de tempo, dinheiro e energia, além de representar um passo para a quebra de confiança entre as partes envolvidas.

Por outro lado, não podemos conceber a liderança no Brasil sem considerar o impacto global e o ambiente externo, pois não estamos isolados e também não há tempo para “reinventar a roda”.

Como a liderança pode utilizar aspectos da cultura brasileira para aumentar o desempenho de seus times?

– Entenda o contexto global e adapte sua ação local: 

Compreender o que está acontecendo no mundo, ou seja, ter o chamado “mindset global” tornou-se cada vez mais importante aos líderes de equipe. No entanto, não adianta compreender o que está acontecendo “lá fora” se isso não se transformar em ação no aqui e agora.

Compartilhar essa visão global com a equipe também é importante, pois cria condições para que a equipe compreenda o contexto e também possa contribuir com sugestões de ações locais que trarão maior impacto na competitividade da empresa.

– Para ter uma liderança de sucesso, lembre-se de não tentar “reinventar a roda”:

Os modelos estrangeiros de gestão e de liderança são importantes como uma referência do que se pode realizar no Brasil, pois outros países estão mais avançados em termos de pesquisa. No entanto, é fundamental adaptar esses conteúdos à realidade do país, de sua empresa e também de sua equipe.

– Adapte gradualmente seu estilo de liderança: 

A concentração de poder e a centralização ainda são realidade em boa parte das empresas brasileiras.

Em muitas organizações no Brasil, o discurso já mudou, mas a prática da participação das pessoas nas decisões ainda fica mais na teoria do que na prática.

Isso se explica pelo ambiente de instabilidade e de incertezas pelos quais o país já passou e continua passando em sua história, além do estilo autoritário que foi parte integrante da formação de boa parte dos líderes no Brasil.

É necessário avançar do discurso para a prática da gestão participativa de forma gradual, preparando a organização e as equipes para fazerem este movimento.

Além de estar culturalmente mais adaptada às novas gerações de profissionais, a gestão participativa permite compartilhar decisões em um mundo de negócios cada vez mais complexo.

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– Abra espaço para o diálogo aberto e franco: 

No Brasil, em boa parte das organizações, existe um ditado que diz: “cachorro pequeno não briga com cachorro grande”. Em outras palavras, na tradicional cultura brasileira, conflitos com profissionais dos níveis hierárquicos superiores da organização são evitados – ainda que os conflitos de ideias possam trazer soluções inovadoras.

Deve-se lembrar que é através do diálogo e do confronto de modelos mentais que os relacionamentos podem ser aprofundados e amadurecidos, permitindo que a verdadeira aprendizagem organizacional aconteça.

– Lembre-se do ditado “amigos, amigos, negócios à parte” se quiser exercer uma liderança de sucesso: 

A emotividade e o foco no relacionamento interpessoal tornam a nossa cultura amável. No entanto, no mundo organizacional, confundir negócios com amizade pode trazer consequências bastante adversas.

De nada adianta contratar um profissional por sua amizade e não por sua competência, pois essa se torna rapidamente uma armadilha para as duas partes.

Outro exemplo dessa mesma situação é o feedback. O ditado “quem avisa amigo é” nos lembra que os nossos amigos devem nos falar a verdade, por mais dura que ela possa parecer.

No entanto, em empresas brasileiras, é comum evitar-se um feedback honesto e construtivo com o temor de deixar “o amigo chateado”.

Esse tipo de conduta traz prejuízos para o profissional e também para a empresa. Além disso, coletivamente, pode significar a derrocada da organização no médio ou longo prazo.

– Aproveite a afetividade, típica da cultura brasileira, para construir grandes equipes: 

Recompensar mérito entre as pessoas do time não significa ter relações frias e individualistas no trabalho. Quando a afetividade é bem direcionada, ela pode ser um elemento fundamental ao alto desempenho das equipes, pois à medida em que um integrante da equipe se preocupa com o outro, pode haver sinergia.

Ferramentas de construção de equipes podem ser muito úteis nesse processo.

Leia também: Liderança de Sucesso: Como enfrentar crises?

– Utilize a criatividade e a flexibilidade típicas da cultura brasileira:

Esse é um ponto forte da nossa cultura que é valorizado em todo o mundo. Os brasileiros, em virtude de seu histórico econômico, social e político, sabem, como ninguém, adaptar-se a condições adversas e a mudanças bruscas de cenário.

O líder que sabe aproveitar esse traço cultural do nosso país, estimulando sua equipe a pensar e a implementar soluções inovadoras, certamente poderá contar com um diferencial muito importante aos negócios.

– Tome cuidado com o chamado “jeitinho brasileiro”: 

Se a flexibilidade e a criatividade são pontos fortes da nossa cultura, o chamado “jeitinho brasileiro” ainda mostra-se como o lado “sombra” da cultura brasileira em muitas situações.

A ética nunca sairá de moda, pois é ela que garante sustentabilidade às relações interpessoais. Um líder deve buscar ser um modelo em ética para que possa ser seguido por seus liderados.

Desvios éticos serão facilmente copiados por integrantes da equipe e poderão colocar em risco a sustentabilidade da organização. Valorizar as boas práticas e coibir desvios éticos deveria ser uma constante na vida de um líder que quer poder contar com uma equipe de alta performance.

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– Lembre-se que, no Brasil, “a esperança é a última que morre”: 

Somos considerados sempre como o “país do futuro”. A esperança é um traço cultural importante no nosso país. Elaborar, em conjunto com a equipe, uma visão positiva do futuro faz com que esforços para construí-la sejam mais facilmente mobilizados.

Saber utilizar a esperança e a fé como elementos positivos dentro da equipe pode ser um diferencial na nossa cultura. Afinal, somos naturalmente resilientes enquanto povo brasileiro.

Conclusão:

Como se pode perceber, a cultura brasileira pode ser fonte de riqueza ou de sofrimento no trabalho – caberá ao líder utilizar a abordagem e as ferramentas adequadas para aproveitar essas características típicas do nosso povo a seu favor, a favor das pessoas e da organização da qual fazem parte.

Deise C. Engelmann
Sincrony – Consultoria em Gestão de Pessoas

Sobre o Autor

Deise C. Engelmann
Deise C. Engelmann

Consultora com experiência internacional em Gestão de Pessoas (projetos no Brasil, Estados Unidos, Itália, Eslováquia e China). Sua formação foi facilitada por consultores do Brasil, Inglaterra, Estados Unidos, Austrália e Índia. Fundou a Sincrony – Consultoria em Gestão de Pessoas em 2006 em Joinville/SC. Administradora com especialização em Psicologia do Trabalho, ambos pela Universidade Federal do Paraná - UFPR. YouTuber no Canal "Sincrony Consultoria".

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