Liderança Educadora e o Desenvolvimento de Equipes
Em um mundo muito mais complexo, os líderes da atualidade percebem que para atender aos desafios presentes e futuros da organização, precisam ser muito mais atuantes no desenvolvimento das pessoas no trabalho. A liderança educadora e o desenvolvimento de equipes deve ser foco constante das empresas. Este é o caminho para que as pessoas estejam capacitadas para enfrentar desafios, cujas soluções adotadas no passado possivelmente não irão funcionar mais.
Desenvolver uma equipe, formar sucessores e líderes organizacionais passou a ser parte integrante do papel da liderança. Para isso, líderes passaram a utilizar ferramentas adicionais: processos de avaliação de desempenho (estabelecendo desafios dentro do trabalho que promovessem desenvolvimento), feedback no dia-a-dia e planos individuais de desenvolvimento (incluindo coaching, psicoterapia, atividades voluntárias, esportes, leituras, entre outras ações).
Nesse contexto, fica a pergunta: Como os treinamentos podem contribuir com o desenvolvimento de pessoas, líderes e equipes?
O treinamento como ferramenta de aprendizagem pode possibilitar a aceleração do desenvolvimento de pessoas, quando utilizado de forma adequada, em especial, se estiver articulado com outras ações de desenvolvimento de pessoas.
Bons treinamentos trazem ferramentas e conhecimento que já foram testados em ambientes organizacionais de vários ramos e culturas, o que evita que os aprendizes tenham que “reinventar a roda”. Além disso, no espaço do treinamento, existe troca de experiências, vivências e ideias entre os participantes, o que contribui para o enriquecimento das pessoas.
Leia também: Coaching: será que é modismo? Para que serve?
Para utilizar o treinamento como uma forma de desenvolvimento de equipes, um líder deverá lembrar dos seguintes aspectos:
1. Escolha treinamentos de alta qualidade:
Os treinamentos devem ter como base metodologias consistentes que possam facilitar a aprendizagem pelas pessoas. É importante que estejam ancorados em princípios de educação de adultos (andragogia), onde as experiências e demandas dos aprendizes, de forma individual, e do grupo sejam consideradas.
2. Certifique-se que o participante está consciente da importância do treinamento que está sendo oferecido a ele:
O interesse pelo tema e a percepção da relevância da aprendizagem que poderá ser obtida no treinamento podem fazer muita diferença em relação aos resultados a serem alcançados.
3. Verifique se o treinamento oferecido poderá aprimorar o desempenho atual do profissional ou o desenvolvimento de suas competências no curto ou médio prazo:
Participar de um treinamento e não ter oportunidade real de utilizar os conceitos compartilhados pode fazer com que o investimento realizado tenha pouco proveito prático. Evidentemente, participar de um grupo onde há diálogo positivo pode ser uma oportunidade enriquecedora para os participantes. No entanto, com o passar do tempo, se a utilização dos conceitos e ferramentas vivenciadas não se tornar prática, este conhecimento possivelmente será esquecido.
4. Verifique se o treinamento está de acordo com a possibilidade de aprendizagem do participante, promovendo a liderança educadora e o desenvolvimento de equipes:
A oferta de um treinamento para um funcionário em um nível conceitual diferente daquele para o qual esteja apto, poderá acabar gerando frustração ou ansiedade. A frustração acontece porque o treinamento escolhido está aquém da capacitação que seria necessária ao participante.
Por outro lado, a ansiedade aparece quando o treinamento está em um nível alto demais para o grau de preparação do aprendiz. E o ideal, evidentemente, é que se tenha aprendizagem, fluência e bem-estar. Antes da inscrição, sempre que possível, é importante verificar para qual público-alvo o treinamento está destinado e até mesmo conversar com o facilitador para verificar se o objetivo será atendido.
5. Acompanhe os progressos alcançados pelo participante após a realização do treinamento:
Reconhecer avanços em aprendizagem é um forte combustível para gerar motivação para que outros conceitos e ferramentas aprendidas durante o treinamento sejam colocadas em prática.
Conclusão:
Concluímos que a capacitação e o desenvolvimento de equipes passam pela percepção, pelo líder, das características e do processo de evolução individual de cada integrante, sem perder a consciência de que estes profissionais precisarão trabalhar em equipe, de forma sinérgica.
Deise C. Engelmann
Sincrony – Consultoria em Gestão de Pessoas
Sobre o Autor
0 Comentários