Nas empresas, trate as pessoas como adultas

Nas empresas trate as pessoas como adultas

De forma geral, as empresas declaram que gostariam que as pessoas se comprometessem muito mais com os resultados do trabalho. No entanto, uma análise dos modelos organizacionais mostra que, em boa parte delas, o ambiente de trabalho não incentiva esse tipo de comportamento.

Para que tal comprometimento torne-se visível na prática, é necessário que o modelo de Gestão de Pessoas privilegie as pessoas que se comportam como adultas nas empresas.

Ou seja, é necessário mudar os modelos empresariais baseados em processos pedagógicos (que tratam funcionários como crianças) para outros que permitam que as pessoas se comportem como adultos e tragam o comprometimento esperado. Estes são modelos baseados na andragogia, ou seja, na educação de adultos.

Como tratar as pessoas como adultas nas empresas na prática?

– Construa projetos organizacionais de forma participativa nas empresas: 

Uma das grandes aspirações das novas gerações no trabalho é de participar de decisões estratégicas nas empresas. Esse fenômeno é explicado porque esses jovens participam das decisões estratégicas de suas famílias, o que raramente acontecia nas gerações anteriores.

Além de ser uma ferramenta de retenção desta geração, é uma oportunidade de compartilhar com integrantes desta e das outras gerações de funcionários, a complexidade organizacional e de mercado.

Um planejamento estratégico elaborado por uma equipe, composta por integrantes de diferentes gerações, certamente trará subsídios muito mais consistentes na construção do futuro.

Evidentemente, os níveis de decisão devem ser estabelecidos claramente no início desse processo, levando-se em consideração os níveis de responsabilidade e os graus de competência de cada participante.

– Deixe que as pessoas decidam ou participem das decisões nas empresas a respeito do que impacta o trabalho delas, sempre que possível: 

O que as pessoas podem decidir sobre o trabalho delas? Em organizações que tratam as pessoas como crianças dependentes, são os líderes que determinam o que irá acontecer com elas.

Organizações que utilizam essa estratégia entendem que “elas sabem o que é melhor para as pessoas”, como se todas as pessoas fossem iguais.

Leia também: Como gerenciar conflitos no ambiente profissional?

Modelos organizacionais baseados na andragogia preconizam que as pessoas devem contribuir com as decisões em aspectos do trabalho que terão impacto no seu dia-dia (layout, compra de equipamentos, decisões sobre a forma de realizar seu trabalho, etc.).

No entanto, a participação das pessoas está condicionada a assumir as consequências das decisões que tomaram e a respeitar o interesse coletivo e os valores da organização.

– Nas empresas, negocie metas com a equipe: 

Um dos desdobramentos do planejamento estratégico é o estabelecimento de metas de equipe e de metas individuais. Negociar as metas nas empresas é uma forma de obter comprometimento em torno do que foi estabelecido.

Lembre-se que, ao impor simplesmente as metas organizacionais, as pessoas poderão adotar desculpas para não tê-las realizado de forma adequada ou dentro do prazo estabelecido.

Vídeo “Engajamento e Motivação: Qual é a diferença?”. Para assistir no YouTube, clique aqui!

– Utilize um sistema de avaliação de desempenho nas empresas: 

Para tratar as pessoas como adultas, é necessário utilizar ferramentas que permitam a adoção da meritocracia no dia-a-dia de trabalho nas empresas. Em outras palavras, é necessário que quem traz muito resultado para a organização seja recompensado, pois tem mérito para tal.

Ações de correção de rota devem ser adotadas com quem está deixando a desejar também, o que tornará o sistema justo. Esta avaliação deve ter como base o resultado da organização (de forma coletiva) e, simultaneamente, o resultado individual.

– Adapte seu estilo de liderança ao nível de maturidade de cada integrante da equipe: 

A maturidade não tem relação com a idade de cada pessoa, mas com sua capacidade de adiar gratificações e de assumir responsabilidade por suas próprias decisões e ações.

Caso não seja possível tratar uma pessoa como adulta no trabalho, vá gradativamente dando feedback positivo e de correção de rota para que a pessoa tenha condições de ir amadurecendo através do diálogo e orientação.

Caso os feedbacks não tenham efeito prático, outras ferramentas de desenvolvimento de pessoas podem ter que ser adotadas.

Ao mesmo tempo, pedir feedback sobre seu comportamento como líder é uma excelente forma de saber qual é o impacto do seu estilo de liderança na equipe.

– Promova educação continuada nas empresas: 

Nos modelos baseados na andragogia (educação de adultos) sabe-se que o interesse do adulto em obter determinado conhecimento ou habilidade é pré-requisito para que a aprendizagem aconteça.

Além do interesse em aprender, é importante que estas ações de aprendizagem estejam diretamente conectadas com as metas organizacionais e individuais. Esta é uma forma de garantir que estas possam gerar aumento de desempenho do profissional e, por consequência, da empresa.

Para que os programas de capacitação tenham êxito é fundamental que sejam organizados de forma estruturada e que seus resultados sejam mensurados sistematicamente nas empresas.

Leia também: Educação em Valores Organizacionais é realizada pela Sincrony

– Gerencie a cultura organizacional: 

Modelos andragógicos de gestão de pessoas propõem que sejam estabelecidas diretrizes gerais sobre quais comportamentos devem ser incentivados na empresa.

Além disso, também deve-se identificar quais comportamentos deverão ser evitados ou banidos da cultura organizacional.

Projetos participativos de estabelecimento e educação em valores, tendo como base situações do cotidiano, têm justamente esta função: dar um direcionamento claro para as ações organizacionais.

Conclusão:

Pode-se concluir que tratar as pessoas como adultas nas empresas aumenta, sem dúvida, o engajamento em torno do projeto organizacional.

No entanto, é fundamental que o grau de maturidade de cada pessoa seja levado em consideração. Oferecer um alto nível de participação para quem não está preparado, pode fazer o planejamento estratégico não funcionar.

O inverso também é verdadeiro, tratar pessoas como crianças quando elas já têm um alto grau de maturidade trará desmotivação na certa.

A Sincrony conta com uma série de programas de liderança, customizados à realidade de cada cliente, para que sua empresa possa, gradativamente, tratar as pessoas como adultas. Faça um contato conosco!

Deise C. Engelmann
Sincrony – Consultoria em Gestão de Pessoas

Sobre o Autor

Deise C. Engelmann
Deise C. Engelmann

Consultora com experiência internacional em Gestão de Pessoas (projetos no Brasil, Estados Unidos, Itália, Eslováquia e China). Sua formação foi facilitada por consultores do Brasil, Inglaterra, Estados Unidos, Austrália e Índia. Fundou a Sincrony – Consultoria em Gestão de Pessoas em 2006 em Joinville/SC. Administradora com especialização em Psicologia do Trabalho, ambos pela Universidade Federal do Paraná - UFPR. YouTuber no Canal "Sincrony Consultoria".

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